Direto de Cochabamba - A eleição de Evo Morales para a presidência da Bolívia, em dezembro de 2005, além de representar um momento de efervescência político-social muito forte – seguindo a tendência sul-americana –, clarifica uma disputa étnico-cultural singular: pela primeira vez, em 182 anos de fundação da república, um indígena chega ao poder no país.
Morales provem do movimento sindical camponês e emerge ao poder impulsionado pela organização dos setores populares formado por cocaleros e mineradores. Ele foi eleito depois de dois presidentes não conseguirem cumprir os mandatos por completo, renunciando depois de pressões dos movimentos contrários à privatização da água e do gás.
Um deles, por exemplo, Gonzalo Sáchez de Lozada, praticamente sepultou, com sua renúncia, o neoliberalismo que perdurou por 20 anos no país. Ele mal falava espanhol e saiu fugido para Miami depois de se negar a dar início ao processo de nacionalização da exploração das riquezas naturais. Seu sucesso, Carlos Mesa, também não cedeu às pressões e mal completou o mandato tampão.
Uma clara disputa ideológica marca o contexto atual da Bolívia, com elementos segregacionistas de alto teor, onde a classe média urbana propaga seus ideais burgueses através da mídia empresarial e se coloca de um lado oposto aos campesinos e mineradores indígenas. Tudo vai muito além da discussão propriamente política eleitoral e culmina em diversos conflitos em praça pública, como o 11 de janeiro, quando manifestações se encontraram nas ruas de Cochabamba e dois campesinos foram assassinados, assim como um jovem de classe média.
O conflito se estabelece num momento de reformulação do socialismo, quando o presidente Evo Morales encabeça um processo de “Revolução Cultural Democrática”.
Partir para a Bolívia agora representa, portanto, uma tentativa de observar a conjuntura que pode ser determinante não só para o futuro do país, mas para a formulação de alternativas do exercício do poder na América Latina. Certamente, um movimento necessário para se discutir a emancipação tão sonhada do continente.
Vamos tentar contar um pouco a história deste país e sua luta para se reinventar através da elaboração de uma nova Constituição, mais democrática e popular.
Em tempo, a Bolívia encanta pela sua cultura indígenas - mais de 62% dos bolivianos tem alguma raiz indígena, compondo um mosaico de 38 etnias diferente, formadas principalmente pelos aimarás e os quechuas.
Essas diferentes nações viveram sempre em posições marginais à sociedade, excluídos do processo político. Só garantiram direito a voto direto a partir de 1952, quando uma Revolução Nacional promovida por operários tomou o poder e deu início a um processo de democratização dos direitos humanos. Mas, como em todos os países da América do Sul, governos ditatoriais chegaram para travar o processo e o sonho de liberdade dos povos oprimidos, agora reestabelecido.
Morales provem do movimento sindical camponês e emerge ao poder impulsionado pela organização dos setores populares formado por cocaleros e mineradores. Ele foi eleito depois de dois presidentes não conseguirem cumprir os mandatos por completo, renunciando depois de pressões dos movimentos contrários à privatização da água e do gás.
Um deles, por exemplo, Gonzalo Sáchez de Lozada, praticamente sepultou, com sua renúncia, o neoliberalismo que perdurou por 20 anos no país. Ele mal falava espanhol e saiu fugido para Miami depois de se negar a dar início ao processo de nacionalização da exploração das riquezas naturais. Seu sucesso, Carlos Mesa, também não cedeu às pressões e mal completou o mandato tampão.
Uma clara disputa ideológica marca o contexto atual da Bolívia, com elementos segregacionistas de alto teor, onde a classe média urbana propaga seus ideais burgueses através da mídia empresarial e se coloca de um lado oposto aos campesinos e mineradores indígenas. Tudo vai muito além da discussão propriamente política eleitoral e culmina em diversos conflitos em praça pública, como o 11 de janeiro, quando manifestações se encontraram nas ruas de Cochabamba e dois campesinos foram assassinados, assim como um jovem de classe média.
O conflito se estabelece num momento de reformulação do socialismo, quando o presidente Evo Morales encabeça um processo de “Revolução Cultural Democrática”.
Partir para a Bolívia agora representa, portanto, uma tentativa de observar a conjuntura que pode ser determinante não só para o futuro do país, mas para a formulação de alternativas do exercício do poder na América Latina. Certamente, um movimento necessário para se discutir a emancipação tão sonhada do continente.
Vamos tentar contar um pouco a história deste país e sua luta para se reinventar através da elaboração de uma nova Constituição, mais democrática e popular.
Em tempo, a Bolívia encanta pela sua cultura indígenas - mais de 62% dos bolivianos tem alguma raiz indígena, compondo um mosaico de 38 etnias diferente, formadas principalmente pelos aimarás e os quechuas.
Essas diferentes nações viveram sempre em posições marginais à sociedade, excluídos do processo político. Só garantiram direito a voto direto a partir de 1952, quando uma Revolução Nacional promovida por operários tomou o poder e deu início a um processo de democratização dos direitos humanos. Mas, como em todos os países da América do Sul, governos ditatoriais chegaram para travar o processo e o sonho de liberdade dos povos oprimidos, agora reestabelecido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário